domingo, 16 de março de 2008

Mais um ano, mais mil ferros...

Avaria-se um computador e logo cai este blog no esquecimento. Como diz o outro, "ninguém está livre de uma encrenca", mas resolvido que está o problema vou tentar resumir tudo o que de importante sucedeu nos tempos que passaram.

Em Fevereiro passado, a nossa tour passou por Aveiro. Longe de ser um momento histórico, não deixou de ser um bom momento...que o digam aqueles que por momentos chegaram a ressuscitar.

As aulas voltaram e com elas o trabalho que ajudou e muito ao esquecimento a que este espaço foi condenado.

Já no mês de Março assinalam-se os bons momentos culturais que passaram pelo cine-teatro São Pedro, com Vitorino e mais recentemente Camané.
Do espectáculo do Vitorino infelizmente não posso falar, pois não estive presente, mas o mesmo não sucede com o Camané. Se é verdade que o homem não é um grande comunicador (foi notório o seu embaraço cada vez que tentava dizer qualquer coisa ao público), mais verdade ainda será que essa falha comunicacional é posta de lado pela magnífica voz que possui. Acompanhado por um trio de excelentes executantes musicais, Camané cantou e encantou ao longo de hora e meia, fados maravilhosos que aqueceram corações e trouxeram lágrimas aos olhos. Até no lapso que teve durante um fado o público aplaudiu encantado com a simplicidade do fadista ao proferir as palavras "Peço desculpa...enganei-me", seguidas de um sorriso envergonhado. Agradeceu várias vezes ao público dizendo que era um prazer estar ali, e mais uma vez eu lhe respondo, Camané, o prazer foi recíproco.
Não posso encerrar este capítulo sem referir o quão preocupante é a elevada média de idade do público que se dirigiu na passada sexta-feira ao S.Pedro. Sendo um dos poucos (os dedos de uma mão seriam suficientes para a contagem) representantes da minha geração, não consigo compreender como foi possível chegar a este ponto no panorama musical português, ainda para mais quando nem o preço irrisório dos bilhetes servia de desculpa para deixar passar esta oportunidade. O concerto valeu mais do dobro do que se pagou.

Pouco depois do fim do concerto, mais um ano passava para mim. Efectivamente não caminhamos para novos, mas agora que atingi a bonita marca dos 72 anos começa a fazer sentido encontrar um lar para passar a velhice sossegado.

"Se ao menos o teu olhar
Desse por mim ao passar
Como um barco sem amarra
Deste fado onde me deito
Subia até ao teu peito
Nas veias de uma guitarra"

Ah Fadista!!

Obrigado

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